Tratamento Anti-Chama em Materiais Têxteis 2

ano, o objetivo dos materiais têxteis com acabamento anti-chama é o de dificultar a

inflamação e a diminuição da inflamabilidade responsável pela combustão dos

materiais.

Os materiais ignífugos evitam incêndios por meio de um tratamento que

transformam os materiais de combustão fácil em difícil inflamação.

As fases de combustão das fibras são: processos prévios de incêndio, quando se

inicia o incêndio (inflamação); combustão; produção de gases de combustão e fumaça; e

o fim da combustão.

Quando há combustão com chama, a formação do monóxido de carbono é algo

alarmante, já que não pode ser identificado pelo seu sabor ou odor, e pode formar

carboxiemoglobina o que impede o intercâmbio de oxigênio com os glóbulos

vermelhos, processo que pode conduzir à morte.

O incêndio é abafado quando a combustão dos gases produz menos energia que

a necessária para manter a pirólise (fase de decomposição ao alimentar-se a energia

térmica).

Há teorias sobre a forma que atuam os materiais têxteis com acabamento antichama,

tais como:

 Reação endotérmica no qual o consumo adicional de energia resulta da

decomposição endotérmica do agente ignífugo, fazendo com que a combustão

tenha menos energia disponível, dificultando a ação.

 A formação de gases dificilmente combustíveis ou inflamáveis: Gases que não

queimam ou têm uma baixa inflamabilidade, como o nitrogênio e dióxido de

carbono, que evitam a combustão.

 Pela teoria da fusão: A transformação do agente ignífugo em uma fase de fusão

com aquecimento e consumo de energia. Deste modo, há maior liberação de

gases combustíveis e possibilita a entrada de ar na superfície da fibra.

 Pela teoria da desidratação: É valida para fibras celulósicas que descrevem uma

condição da pirólise por meio de produtos desidratantes que substituem a

propagação de substâncias de decomposição incombustíveis, como a água.

(LCRESPIM,2009)

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5) Acabamento ignífugo no setor têxtil

O acabamento anti-chama no setor têxtil é diferente dos outros acabamentos,

como exemplo os tecidos que recebem um beneficiamento para propor um “toque” mais

agradável ou algum diferencial no tecido, destinado à exigência da moda. O acabamento

anti-chama é um tratamento técnico, ou seja, possibilita a produção de um tecido idôneo

para ser utilizado em setores específicos, com funcionalidade, qualidade ao tecido,

sendo usado em móveis, estofamentos automotivos, entre outros, e são definidos por

normas específicas.

Para a realização de um bom acabamento, o material têxtil deve passar por

algumas etapas. O material têxtil receberá essa propriedade na parte de beneficiamento

terciário (processo que objetiva dar ao material melhor característica e dimensiona

melhor toque e características especiais, tal como o anti-chama). (BEZERRA, 2008)

O acabamento no meio aquoso pode ser realizado por métodos contínuos e

descontínuos, podendo ser realizado o procedimento com foulard, aplicação de espuma

e umectação unilateral. Outro modo é o recobrimento do avesso por meio da

impregnação unilateral do agente ignífugo.

O procedimento com foulard é obrigatório já que o proporciona uma aplicação

uniforme de uma grande quantidade de banho de tratamento, o que resulta numa boa

penetração do material. Porém, para artigos sensíveis de formação, não é permitido o

tratamento em foulard podendo ser escolhido outros métodos. Como exemplo de artigos

sensíveis de formação, são eles: partículas com pêlo, como o veludo, que recebem um

revestimento de banho específico com o agente anti-chama.

6) Mercado

No Reino Unido há legislação que prevê que todos tecidos destinados ao uso

público deve ser testado do ponto de vista anti-chamas. Porém, atualmente a tendência é

deste tratamento ser utilizados em tecidos para o uso privado também, o que está

acontecendo de modo discreto no Reino Unido, Alemanha, França, Holanda, Bélgica, e

Estados Unidos. (LCRESPIM, 2009)

Existe a concorrência entre indústrias químicas de produtos anti-chamas. Por

isso cada uma oferece um diferencial para conseguir lugar no mercado, como suporte

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tecnológico e também assistência técnica.

O problema da influência dos produtos químicos anti chamas é sobre o aspecto

do tecido, o qual é preocupante para as companhias químicas. Este item implica na

concorrência entre elas, já que não devem pensar em produzir mais um tecido ignífugo,

mas sim um artigo têxtil com características anti chamas. O toque áspero de um carpete

que recebeu o tratamento pode não incomodar, mas uma roupa ou uma capa para sofás

tratados podem causar certos desconfortos, se o toque não for agradável, ou se a cor não

estiver bem fixada devido ao tratamento por exemplo.

Alguns termos são utilizados neste tratamento, como o after glow, que indica a

combinação da combustão através da incandescência, sendo importante ao se tratar das

fibras sintéticas. Ignífugo é um termo genérico dado a um acabamento apto a restringir